2020 continuamos com excelentes conteúdos no liketour. Além, do já conhecido liketour cast, teremos novos conteúdos, com mais dicas e histórias de viagens para você. Uma delas é a série de textos diversos com histórias e dicas de viagens, batizada de One Way*.
No capítulo 9 do liketour One Way e aniversário de 205 anos da Batalha de Waterloo, que decretou a derrota e exílio definitivo de Napoleão Bonaparte, Henrique fala sobre História e turismo e de quando visitou o campo de Batalha de Waterloo.
Turismo e história são fatores que estão diretamente ligados. Lugares que aconteceram grandes eventos e caminharam renomados personagens históricos são centros de atração para os turistas. Assim, muitas cidades que tiveram a “sorte” de serem palco desses fatos, se esforçam para estarem no mapa das rotas turísticas. Uma delas é a pequena e pacata Waterloo, na Bélgica, cerca de 20 km da capital Bruxelas. Foi nela que em 18 de junho de 1815 Napoleão Bonaparte sofreu sua derrota definitiva e saiu da cena política.
A cidade de 30 mil habitantes recebe em média 200 mil visitantes por ano. Estar a poucos quilômetros de Bruxelas, capital e maior cidade do país, e por marcar o ato final do general e imperador Bonaparte, personagem mais biografado da História e conhecido, entre outras coisas, por ser um dos maiores estrategistas e ser quase inderrotável, ajuda muito Waterloo estar nas rotas turísticas.
É possível chegar até lá de trem, já que o país, é abastecido com uma ótima malha ferroviária. De Bruxelas a Waterloo de trem a viagem é cerca de meia hora. De carro uma viagem de 20 minutos e de ônibus 40 minutos, pela estrada N24. Ou seja, das três formas é uma viagem rápida e tranquila. Ao chegarmos na cidade, podemos ver hotéis e restaurantes e placas nas ruas já indicam onde queremos chegar: O campo de Batalha.
Antes de nos aproximarmos do campo de batalha já é possível ver a uma certa distância o principal monumento de Waterloo. Um cone de terra com 169m de diâmetro e 41m de altura, em seu topo o Leão. Colocado como símbolo da monarquia holandesa, em homenagem ao príncipe de Orange ferido em batalha. No ano de 1815 a Bélgica não existia como país passando a sê-lo somente em 1830, a cidade pertencia ao reino holandês. Outra explicação, é que o leão representa a coragem dos que lutaram. A estátua, está com sua boca aberta, em direção à terra dos derrotados, a França Napoleônica.
Em torno do monte, o complexo de visitação, inclui outros atrativos que retratam a batalha. O Panorama é um deles. Em formato redondo, dentro dele está um grande painel circular, uma pintura a óleo sobre tela de Louis Dumoulin produzida em 1912. Com 14 painéis de lona costurados, com aproximadamente 110 metros de circunferência e 12 metros de altura.
A pintura descreve vários episódios diferentes da Batalha de Waterloo, em 1815. Elementos físicos na frente da pintura, incluindo figuras recortadas, cercas e corpos feitos de gesso e papel machê, disfarçam a base inferior da pintura e geram uma experiência imersiva aos visitantes.
Depois de visitar o Panorama, é possível subir os 226 degraus do monte com a estátua do Leão e admirar uma vista excepcional do campo de batalha e todo complexo de visitação.
Quando fiz essa visita em dezembro de 2013, o Museu Memorial que revive a história da batalha através de uniformes, objetos históricos, mapas animados, um filme em 3D original e a Fazenda Hougoumont que relata a história da batalha, com uma instalação multimídia estavam em obras e fechadas. Foram inauguradas em junho de 2015 nas comemorações de 200 anos da batalha.
Atualmente, além do complexo ser maior e melhor é possível fazer visitas guiadas, onde os próprios guias estão vestidos como soldados de 1815 e todo ano no dia 18 de Junho, um grande teatro, com voluntários uniformizados ajudam a reconstituir a Batalha de Waterloo no lugar onde ela ocorreu.
Em uma manhã ou uma tarde é possível passear por todo o Campo de Batalha, ou Memorial Waterloo 1815, como é oficialmente chamado. O complexo também possui dois restaurantes (Le bivouac de l’ empereur e o Le Wellington) para os turistas terminarem a visita com o melhor da culinária e cervejas belgas.
Há 205 anos atrás, um lugar simples e desconhecido, que por ser palco de algo quase impossível foi colocado no mapa por evento inesperado, é um destino obrigatório para os turistas que amam a História.
Visitando Waterloo
One Way*: No jargão do turismo é o identificador de tarifa e viagem só de ida.